
“Acho que tem dias que eu não tenho nem sentido para a vida, eu não tenho sentido…”, disse, num primeiro momento, a auxiliar de limpeza Nilma do Nascimento Grossi, de 40 anos.
Logo em seguida, contudo, ela deu uma mudada de opinião. “Meu sentido é levantar porque eu tenho filhos e eles dependem ainda de mim, esse é o sentido, se não eu não teria sentido”.
Nilma tem três filhas, uma de 16 anos, uma de 14 e outra de 7. “Eu levanto porque eu tenho quem precisa de mim”, completou.
Ela estava sentada na hora do almoço junto com algumas companheiras de trabalho na região da Avenida Paulista.
Antes de falar sobre seu sentido da vida, Nilma e a colega Eliane Fernandes Carneiro, de 36 anos, já tinham contado sobre a cansativa rotina diária das duas.
“A gente lava banheiro, e faz o café, lava banheiro e faz o café…”, disse Nilma. “A gente não é valorizada, a gente não é reconhecida como ser humano”, desabafou a colega.
Eliane, aliás, falou que para ela seu “objetivo é crescer na vida” e tem planos de fazer cursos para mudar de profissão. “Eu já me viro, faço artesanato.”
“Eu não estou reclamando da vida, mas tem dia que a gente se sente desanimada” , afirmou Eliane.
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