‘Eu não quero riqueza, o que eu mais quero na vida é saúde’

Vó Tonha no aniversário do ano passado
Vó Tonha no aniversário dela do ano passado

“É ter saúde sempre… Eu não quero riqueza, o que eu mais quero na vida é saúde (…). Tenho quatro filhas maravilhosas, quatro netos maravilhosos, o que eu quero mais na vida? Quero também ter uma morte boa, se bem que morte boa não tem, né?”

Hoje Antônia Belloni Mantuan, minha vovó Antônia, completa 78 anos. Aí, liguei para falar parabéns e resolvi perguntar o sentido de sua vida… E ela me deu essa resposta aí de cima – que pareceu mais o que ela quer, do que de fato um sentido, né…

Vovó Antônia – ou simplesmente ‘vó Tonha’, como é chamada na família – nasceu em Presidente Prudente, no interiorzão de São Paulo, em 1935.

Já me contou inúmeras vezes de como a vida era sofrida na roça. Estudou apenas até a quarta-série, para aprender a ler e escrever. Depois meu bisavô a fez deixar os estudos para ajudar na colheita. Sei que plantavam café e algodão.

A vida não mudou muito depois que Dona Antônia veio para a ‘capital’, onde trabalhou como costureira e faxineira.

Ter deixado a escola parece ter sido o maior desgosto de vovó, que ama ler. Até hoje, o melhor presente para ela é ganhar livros.

Há alguns meses, ela comentou comigo que estava chateada porque não conseguia mais escrever direito, já que não treinava. Providenciei uma ‘cartilha’ e fiquei surpresa com a rapidez com que vovó completou todas as páginas…

Minha vovozinha perdeu meu avô há 16 anos. Desde então, a vida dela parece ser meio xororô, sem sentido… Costuma ficar cabisbaixa ao lembrar do ‘vô Tonho’ – sim, ele se chamava Antônio.

Fica assim não vovó… Ele se foi, mas a gente te ama!

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