O que questionar o sentido da vida tem a ver com as eleições

Dilma e Aécio

Recentemente, eu publiquei no Facebook uma frase sobre minha vontade de ouvir a resposta da Dilma e do Aécio sobre o sentido da vida.

Após ler os comentários dos meus amigos, que sugeriram possíveis respostas, percebi que o post provoca uma reflexão sobre as eleições. Afinal, a resposta poderia mostrar a visão que cada um dos candidatos tem da vida. O que será que é o mais importante para eles?

Desde que comecei a questionar a existência humana, não sei se são todos os que percebem que há crítica social por trás do questionamento. Talvez muitos enxerguem o trabalho apenas como uma busca metafísica, existencialista, que discute algo para o qual não há resposta.

É claro que é, também, o que está acima. Mas vai muito além disso.

E explico o porquê.

Todos nascemos e crescemos em uma sociedade que já está dada. Com regras que foram sendo construídas e moldadas no passar de anos e anos de muitas lutas, guerras e revoluções.

Dificilmente somos capazes, desde cedo, de questionar e refletir por que fazemos o que fazemos, da forma como fazemos. Somos educados a viver da maneira que todos vivem, seguindo regras e padrões pré-estabelecidos. Nossos pais já nos passam isso (às vezes sem perceber). A mídia faz o mesmo (esta percebendo), a escola, a internet, os filmes etc.

Agora, levanto uma questão: quantos de fato questionam a vida que levam? Essa vida, foi ele que escolheu ou escolheram por ele? É a vida que ele gostaria de ter? Essa vida é boa para ele? E como isso reflete nas pessoas em seu entorno?

E também questiono: quem de fato tem a possibilidade de fazer essa pergunta a si mesmo?

Talvez seja mais fácil para os que tiveram a oportunidade de estudar e receberam uma educação de qualidade. Que sempre foram muito bem “instruídos”. Que escolheram seus empregos e carreiras. Com barriga cheia, estudo e lazer, talvez sobre tempo para questionar o sentido da vida.

E mesmo assim, com tudo isso, será que essas pessoas fazem esse questionamento? Será que é importante questionar o sentido da vida quando está tudo aparentemente bom para mim? Talvez não. Nesse caso, o melhor mesmo pode ser seguir como está. Para que mudar?

E na outra ponta. Uma pessoa que demora três horas para ir trabalhar. Outras três para voltar para casa. Recebe um salário-mínimo e precisa fazer um malabarismo para pagar as contas do mês. Esse ser humano tem tempo para questionar o sentido da vida que leva? Talvez não. Provavelmente ele só consegue se preocupar em encontrar uma forma de colocar o arroz e o feijão na mesa para os filhos no dia seguinte.

E é por isso, na minha opinião, que a vida vai seguindo como está.  A impressão que dá é que poucos questionam profundamente a atual forma de viver da sociedade. O que resulta no mundo que temos hoje: com tantas brigas por interesses, corrupção, valores invertidos, desigualdade social, poluição, escassez de recursos naturais.

E as eleições só refletem a nossa sociedade. Uns com pouco tempo para avaliar os candidatos. Outros com pouco interesse. Muitos que sabem como o jogo funciona e nem se interessam por política.

E até mesmos os candidatos em si, será que perguntam qual é o sentido da vida deles? Será que todos estão realmente preocupados com os planos de governo, com o que farão se vencerem as eleições e por que o farão?

Na minha modesta opinião, parece que poucos se preocupam. Se se preocupassem, não estaria faltando água em São Paulo, num país com a maior reserva de água doce do mundo. Nem haveria tantos casos de corrupção no governo federal. A educação pública seria de qualidade. E a saúde também.

Sei lá, não é possível que o Brasil e o mundo estejam como estão hoje se todos agissem conscientemente.

Acho que falta, sim, a muita gente questionar qual é o sentido da vida.

2 comentários

  1. Falta esse questionamento da vida como um todo, afinal estamos todos conectados. Buscar a consciência e ajudar os outros a buscar a sua própria é o que podemos fazer e é o que você tem feito com este blog. Parabéns pelo texto! Brilho nos olhos sempre!

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