Como contar sua história de forma atrativa: três dicas

Muitas pessoas desejam contar a própria história em um livro mas, assim que começam a escrever, desistem porque acham que seus textos estão entediantes e chatos. Por mais que antes tivessem certeza de que a trama era fantástica e única, paralisam ao tentar colocá-la no papel. Na grande maioria das vezes, isso acontece porque faltam ao escritor técnicas de contação de histórias. Talvez esse seja o seu caso, então, trago três dicas infalíveis para te ajudar a contar a sua história de maneira atrativa. Sugiro que assista ao vídeo a seguir e, depois, leia o texto que continua logo abaixo.

1 – Deixe sua escrita o mais próxima da oralidade possível

Às vezes travamos na hora de escrever porque recorremos a estruturas textuais muito complexas que bloqueiam nossa figura de narrador. Quando estiver paralisado, pratique contar a sua história como se estivesse diante de amigos ou familiares na mesa do jantar. Reflita: como você começaria a narrativa se outras pessoas estivessem te ouvindo?

Todo ser humano é um contador de histórias nato. Trocamos episódios de nossas vidas o dia inteiro com as pessoas com as quais interagimos e não nos damos conta. Preste atenção em como você naturalmente busca tornar os acontecimentos que viveu interessantes quando os compartilha oralmente. Na tentativa de manter os interlocutores atraídos por aquilo que temos para contar, rapidamente escolhemos a melhor forma de começar e até fazemos um suspense para segurar o desfecho e revelá-lo somente ao final (trago exemplos no vídeo acima). Portanto, pratique o mesmo método quando estiver escrevendo sua história.

Já escrevi em um post anterior uma ótima técnica para soltar a escrita. Chama-se “Escrita Rápida” e é detalhada no livro Escrita Total do jornalista, escritor e professor Edvaldo Pereira Lima. Trata-se de reservar alguns minutos para escrever a história rapidamente, sem pensar muito, sem organizar a escrita na cabeça, sem se preocupar com correções gramaticais ou ortográficas ou com a qualidade do texto. Leia a técnica completa no texto: como soltar a escrita e fazer seu texto fluir.

2 – Escreva com autenticidade 

Encontrar a própria linguagem é o maior desafio de qualquer artista. Seja na escrita, na música, nas artes plásticas, na dança, a beleza está na expressão autêntica, original, que sai do lugar comum. 

Numa oficina de escrita em que participei com o escritor Marcelino Freire, ele nos lembrou disso e nos instigou a encontrarmos nossas próprias palavras ao escrever. Não é isso o que todos buscamos, saber o que nos torna únicos, apesar de sermos tão similares?

Que busquemos nossos repertórios e vocabulários próprios, histórias que somente a gente testemunhou, aquela palavra que só nós conhecemos, sugeriu ele. 

Marcelino ensinou com o exemplo e nos contou uma história própria:

“O sistema literário diz que poesia bonita é aquela que tem ‘orvalho’. Veja bem, eu tenho uma vó Maroca, já falecida. Maroca, vocês acham esse nome bonito? Se acharem feio vou reclamar com vocês, porque pra mim feio é orvalho. Não sei o que é orvalho. Nasci em Sertânia, no sertão de Pernambuco. Orvalho era quando chovia, uma chuva de nada (…). Se eu ficar usando orvalho pra lá e pra cá como garantia de poesia, essa palavra não me pertence. Mas a minha avó Maroca me pertence.”

A provocação dele me faz lembrar das pessoas que me procuram em busca de validação para saber se as histórias delas valem um livro. Gosto de reforçar que não sou eu quem deveria dar a resposta, então, digo sempre o mesmo: “claro que vale!”

Toda história é única e singular, mas gostamos de acreditar que ela tem que seguir um roteiro comum para render um livro.

Precisamos é repensar o motivo que nos leva a escrever, isso sim. Muitas vezes, o que queremos não é escrever a própria história, mas sim sermos reconhecidos por ela. 

No fim das contas, como bem disse Marcelino:

“A gente escreve para perpetuar essas pessoas [como sua avó Maroca]. Não que a gente vá ficar para a história, mas a gente escreve para perpetuar a memória dessas pessoas em nós e para perpetuar palavras que vão desaparecer. Vocês têm que se perguntar quais são as palavras de vocês, é com elas que vocês têm que escrever.”

3 – Destaque as pequenas histórias dentro da sua grande história

Costumo dizer que um livro é um conjunto de várias pequenas histórias. Seja pela divisão dos capítulos, por intertítulos ou até mesmo no grande texto corrido, uma série de episódios e acontecimentos são narrados no decorrer de uma grande história. Identifique-os e busque e iniciá-los e encerrá-los de forma a prender a atenção do leitor para continuar lendo — tal como os roteiristas de séries de TV fazem tão bem.

Repare como os episódios sempre acabam de um jeito abrupto, sem uma finalização, e isso nos prende a querer começar a assistir o próximo. Pratique essa técnica, também conhecida como cliffhanger, sempre que possível nas pequenas histórias da grande história que é o seu livro.

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