O sentido da vida para a Cultura Racional: ‘saber de onde veio e para onde vai’

(da esq. para a dir.) Os aposentados Nelson Baccaro, de 86 anos, José Molina, de 71, e José Gomes Soares, de 68
(Da esq. para a dir.) Os aposentados Nelson Baccaro, de 86 anos, José Molina, de 71, e José Gomes Soares, de 68

Quem nunca ouviu as músicas dos discos Racional volume 1 e 2 do Tim Maia e não ficou curioso sobre que “raio” de livro é aquele que ele tanto recomenda?

Pois é. Eu sempre tive a dúvida e foi meio “sem querer, querendo” que aprendi mais sobre a Cultura Racional, explicada no livro “Universo em Desencanto – Imunização Racional”, sugerido insistentemente pelo cantor nas músicas desses discos (assista ao vídeo abaixo).

Num belo domingo eu caminhava pela Rua Barão de Itapetininga, do lado da Praça da República, em busca de pessoas para entrevistar sobre o sentido da vida. Foi quando me deparei com meia dúzia de senhorzinhos aposentados, de branco (dos cabelos aos pés), com folhetos e cartazes sobre a Cultura Racional.

Simplesmente não teve como não parar para perguntar o sentido da vida a eles:

“As pessoas que não têm esse conhecimento [da Cultura Racional] também não têm sentido na vida. Porque elas não conhecem a origem da humanidade. Para a vida ter sentido, a pessoa tem que conhecer como que ela foi feita (…). Como nunca no mundo existiu um conhecimento que provasse a nossa origem, aí a vida ficou sem sentido. Por isso tem o desequilíbrio da humanidade”, explicou o aposentado José Gomes Soares, de 68 anos, que fazia parte do grupo.

Soares continuou: “conforme a pessoa vai fazendo a leitura do livro, ela vai adquirindo conhecimento. Em dado momento, ela dá um pulo de alegria e satisfação. Ela se dá conta de que antes de ler o livro ela não conhecia o que está conhecendo agora. E o que ela está conhecendo? Ela está sabendo de onde veio, como veio e porque que veio parar nesse mundo e nessa condição de sofrimento mortal. Então ela fala, ‘nossa, o autor desse livro está me mostrando da onde eu vim e quem eu sou!’”

Um dos cartazes do grupo sobre a Cultura Racional
Um dos cartazes do grupo sobre a Cultura Racional

Mas da onde viemos e quem somos?
Um pouco antes de Soares me dizer o sentido da vida para ele e para a Cultura Racional, o professor aposentado Nelson Baccaro, de 86 anos, havia me explicado como surgiu o livro “Universo em Desencanto”.

“Em 1935, surgiu o verdadeiro Deus aqui no Brasil, chamado Racional Superior. O Racional Superior, através do raciocínio, transmitiu esse livro, ‘Universo em Desencanto’, para um extraterreno que se materializou [nasceu] no Rio de Janeiro em 30 de dezembro de 1903”.

De acordo com Baccaro, esse “extraterreno” se chamava Manoel Jacintho Coelho. “Ele foi crescendo, ficou moço, tocava um violão de sete cordas. Quando chegou em 1935 é que o Racional Superior, o verdadeiro Deus, veio aqui para o Brasil e transmitiu para esse extraterreno esse conhecimento, através do raciocínio.”

O professor aposentado me disse que quando Manoel recebeu o conhecimento ele foi falando tudo em voz alta. A mensagem foi gravada, levada para a gráfica e foi impresso o livro.

– Mas o que explica o livro? – perguntei

“A coisa mais importante do livro – disse Baccaro – é que, se você ler esse livro, estudar, vai desenvolver o raciocínio que é a causa do ser humano. A energia, que é a energia racional materializada. Com o estudo que você vai fazendo, você retorna ao mundo racional. Você deixa de ser mortal em vida. Ao mesmo tempo que está ligado nessa energia, vai ter o tratamento da saúde, o equilíbrio físico, moral e financeiro. (…). Se você não ler o livro, você vai morrer e vai descer de classe, vai virar um quadrúpede.”

Mundo Racional
Mas a explicação do professor não tinha ficado muito clara para mim. De que forma que esse conhecimento dava essa “clareza” sobre de onde viemos e por que viemos?

“Nós viemos do mundo racional. É o mundo da origem de tudo e de todos (…). Esse mundo está, coloca aí, a bilhões e bilhões de quilômetros de distância. É um lugar perfeitamente existente, mas é um mundo de energia pura, limpa, perfeita e eterna. Onde existem os habitantes do mundo racional”, explicou.

Mais adiante, o aposentado Soares me disse que esses habitantes ficaram nos observando aqui na Terra, até o momento em que a humanidades estivesse “madura para saber toda a verdade.” Foi quando eles enviaram o Racional Superior para transmitir a Manoel os conhecimentos necessários para escrever o livro.

“Aí a existir os ateus, os incrédulos, os materialistas. São pessoas que pesquisaram, mas não encontraram conhecimento nenhum na Terra, conhecimento que se pudessem se basear para se conduzir de uma maneira certa.”

Ainda segundo a Cultura Racional, os seres humanos, integrantes que são da natureza, são 7: o sol, lua, estrela, terra, água, animais e vegetais. “Todos os seres tem essas setes partes. Essa é a natureza. Nós somos a natureza, a máquina é composta por sete partes”, acrescentou o aposentado José Molina, de 71 anos.

Eles me explicaram que, para voltar ao mundo de origem, não há nenhuma prática necessária, além de ler o livro. “Esse é o conhecimento, aqui está toda a verdade da formação da nossa vida [no livro]. O mundo com o seu progresso tinha que chegar à conclusão da vida, de onde viemos, é isso que é Cultura Racional”, afirmou Soares.

Que beleza!
Bom, depois de conversar por cerca de uma hora com os senhorzinhos de branco, dá para entender o que está por trás de “Imunização Racional (Que Beleza)” – e as outras músicas – dessa fase do Tim Maia.

Atualização: como um colega meu lembrou, é importante, contudo, fazer a ressalva que depois o cantor parou de defender o livro…

Uh, uh, uh! Que beleza!
Uh, uh, uh! Que beleza!

Que beleza é sentir a natureza
Ter certeza pra onde vai
E de onde vem
Que beleza é vir da pureza
E sem medo distinguir
O mal e o bem

Uh, uh, uh! Que beleza!
Uh, uh, uh! Que beleza!

Que beleza é saber seu nome
Sua origem, seu passado
E seu futuro
Que beleza é conhecer
O desencanto
E ver tudo bem mais claro
No escuro

Uh, uh, uh! Que beleza!
Uh, uh, uh! Que beleza!

Abra a porta
E vá entrando
Felicidade vai
Brilhar no mundo
Que beleza! Que beleza!…

Uh, uh, uh! Que beleza!
Uh, uh, uh! Que beleza!”

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