[este texto é um ensaio]
Toda vez que alguém me pergunta como conseguir um exemplar do meu primeiro livro, “Vidaria: uma coletânea de sentidos da vida”, dou uma pigarreada e respondo com sinceras desculpas. A principal é que ele esgotou e estou trabalhando para relançá-lo, o que é verdade.
Aos próximos, providencio, cheia de poréns, um dos poucos exemplares que me restam. “Só não repara na escrita porque foi o primeiro”, ressalvo, envergonhada. “Por favor, não considere a narrativa textual, apenas o conteúdo”, justifico-me.
Sim, acho que o livro está mal escrito. Hoje, quando preciso consultá-lo, não gosto de estruturas textuais que usei, considero certos títulos bregas, penso que exagerei nas citações e, o pior, sei que faltou revisão (a editora na época disse que o texto não precisava ser revisado porque sou jornalista, o que hoje sei que é inadmissível, seja quem for o autor).
Assim, nos últimos anos deixei a obra que me levou a trabalhar com livros escondida, o que não faz o menor sentido!
Portanto, como em todo bom começo de ano, inicio 2022 com uma meta pública, que é pra cumprir de vez: relançar meu livro e disponibilizá-lo também em versão digital — em breve, compartilho novidades.
Longe de mim querer deixar meu livro perfeito, sei que isso é impossível. Apenas quero aparar algumas arestas para que a obra me agrade a ponto de ser um cartão de visitas do qual me orgulho, oras.
Recentemente, ao compartilhar minha angústia com uma amiga e colega de profissão, recebi um acalanto. Ela compartilhou comigo um prefácio de Érico Veríssimo escrito em 1966, numa reedição de Olhai os lírios do campo, no qual o autor revela não gostar da obra!
Veríssimo diz não ter muita estima pelo romance e apresenta várias críticas: “Há em ‘Olhai os lírios do campo’ uma filosofia salvacionista barata que me faz perguntar a mim mesmo como pude escrever tais coisas, mesmo levando-se em conta o fato de haver atribuído essa filosofia a personagens do livro”. E ele concluiu: “Seja como for, aqui está o livro, com algumas correções no que diz respeito à linguagem”.
Bom, se a culpa do livro mal escrito pegou até Veríssimo, quem sou eu, mera mortal, pra me lastimar? Considero-me mais do que desculpada!
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